Tyotyo_2002.10

Palestra da Grande Cerimônia de outubro de 2002

Os meus sinceros agradecimentos a todos os senhores que vieram de diversos locais para reverenciarem a Grande Festa de Outubro e, há instantes, foi realizada alegremente o Serviço Sagrado. Agradeço a todos os senhores, que no dia a dia, cada um em sua posição têm se dedicado aos trabalhos do Caminho. Muito obrigado. Gostaria de contar com a atenção de todos para poder fazer a palestra referente a grande festa.

A grande festa realizada no dia de hoje é comemorativa ao dia original em que teve início o Tenrikyo, há exatamente 165 anos, no dia 26 de outubro. Recebendo a razão da grande festa que é realizada em Jiba, aqui no Dendotyo, no dia de hoje, foi celebrada esta grande festa.

“Eu sou o Deus original, o Deus verdadeiro. Nesta casa há uma predestinação. Desta vez, revelei-me neste mundo para salvar toda a humanidade. Desejo ter Miki como meu Sacrário.” Estas foram as palavras que Deus-Parens proferiu pela primeira vez através de Oyassama aos homens.

Nesta curta frase, está contido, “quem, porque, quando, para que e através de quem”, o Tenrikyo foi iniciado, como sendo o último e derradeiro ensinamento.

O nome de Deus-Parens que todos nós temos cremos é chamado Tenri-Ô-no-Mikoto. Deus-Parens criou o mundo e os seres humanos e concedeu a vida a todos os outros seres. Ensinou que o mundo é corpo de Deus e através das 10 providências, controla toda a natureza e tem vivificado os homens. Por isso, pode-se dizer que Deus-Parens não é apenas o Deus dos seguidores do Tenrikyo, mas sim, Deus-Parens de toda a humanidade.

A revelação foi a seguinte: na residência dos Nakayama que tinha a predestinação original de Jiba, local onde foram criados os seres humanos por Deus-Parens, após ter passado o tempo prometido no momento da criação, no dia 26 de outubro de 1838, com a finalidade de salvar igualmente toda a humanidade, tomou Miki Nakayama como Sacrário de Tsukihi, pois ela tinha a alma predestinada de mãe na ocasião da criação dos homens.

Como os senhores sabem perfeitamente, este é o dia original da revelação divina.

Este ano, o Shimbashira explicou que é o ano em que deve ser feito o “preparo da base espiritual” e “a construção do alicerce do espírito”, visando o início das atividades dos três anos, mil dias para a celebração dos 120 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. No dia 26 de janeiro, na Grande Festa da primavera, o Shimbashira explanou o seguinte: “Fazendo com que a cada 10 anos, no Decenário de Oyassama, seja o momento para evoluir espiritualmente, todos os seguidores devem se unir firmemente para que possam trabalhar seguindo os passos dos mestres antecessores e, dessa maneira, se esforçarem para contentar Oyassama. Assim, estaremos acumulando gradativamente o empenho para a evolução espiritual. Não é preciso nem dizer que fazer a evolução não é devido ao Decenário de Oyassama, mas que deve ser feito constantemente. No dia a dia, é preciso buscar a intenção divina e se esforçar para crescer como um yoboku que corresponda a esta intenção. Para o próximo Ocultamento Físico, com a união e a dedicação de todos que irão se empenhar nas atividades do Decenário, é que desejo poder fazer dessa época, um momento ideal para evoluir. Para isso, é necessário que cada um faça o preparo da base espiritual antes de iniciar as atividades do Decenário de um modo condizente. Isto é, construir firmemente o alicerce do espírito. Cada um deve refletir o estado espiritual, vendo se está tranqüilizando Oyassama e fazer as mudanças e a determinação.”

Faltam apenas dois meses para terminar o ano. Será que os senhores já fizeram o “preparo da base espiritual” e “a construção do alicerce do espírito”?

Desde julho, o Dendotyo tem realizado as visitas de doutrinação e a determinação espiritual para as atividades dos três anos, mil dias e, 80% das igrejas já terminaram a visita e faltam ainda 60% das casas de divulgação. Todas as determinações mostram números muito animadores. Sinto-me imensamente feliz pelos resultados alcançados.

Para corresponder ao amor maternal de Oyassama que “deseja salvar todas as pessoas do mundo”, é importante trabalharmos animadamente delimitando o tempo das atividades de divulgação. Devemos dar continuidade ao caminho iniciado pelos precursores e trabalhar ativamente nessa época oportuna.

Em relação ao modo de se empenhar nas atividades do Decenário de Oyassama, o Shimbashira disse o seguinte aos yobokus: “Trabalhar e dedicar no sentido de contentar Oyassama. Se esforçar em cultivar o espírito para poder tranqüilizar Oyassama.”

Todos nós que vamos entrar nesta época oportuna dos 120 anos do Ocultamento Físico de Oyassama, devemos fazer a determinação visando alguma meta e assim, fazer a construção espiritual que é o mais importante. Falando em “determinação espiritual”, muitos podem pensar que é uma coisa difícil, pois acham que é preciso fazer algo muito grande e assim, acabam negligenciando a sua prática. Ao invés de pensar em determinar isto e mais aquilo, creio que seria bom pensar no que mais atualmente tem ficado no coração, ou em algo que tem dificuldade de realizar. Deste modo, fazer a promessa de que nos próximos três anos, irá de esforçar em praticar esta determinação. Este fato é que vai acelerar a construção do espírito.

Vou dar alguns exemplos: As pessoas que não conseguem dançar os 12 hinos sem ver o livro, fazer a determinação de treinar para que possa dançar sem a necessidade do livro. Quem precisa do livro para tocar os instrumentos no dia do Serviço mensal fazer a determinação de tocar sem a ajuda do livro nos próximos três anos. Fazer a determinação de freqüentar diariamente a igreja. Fazer a determinação de regressar a Jiba no ano do Decenário de Oyassama. Para isso, no dia a dia, economizar os seus gastos durante três anos e poupar o dinheiro para as despesas. Quem tem dificuldade de acordar cedo, fazer a determinação de acordar todos os dias para participar do Serviço da manhã. Todos os dias dançar os 12 hinos.

Muitas pessoas, por acharem que trabalham e que não tem tempo, têm uma visão errada de que a divulgação e a salvação são atividades que devem ser feitas somente por aqueles que se dedicam unicamente ao Caminho. Por isso, pode-se fazer a determinação de determinar um dia e, uma vez por semana, por apenas uma hora que seja, sair para a divulgação e a salvação. Para aqueles que têm dificuldade de ministrar o Sazuke, fazer a determinação de ministrar a 10 ou 20 pessoas durante um mês. Fazer a determinação de nos próximos três anos, ministrar o Sazuke 10.000 vezes. No Brasil, existem muitas pessoas que fizeram esta determinação e conseguiram atingir o seu objetivo.

As pessoas que não conseguem transmitir a doutrina em português, determinar o período de três anos para que possa passar a fazê-lo. Se entre os filhos e os netos, ainda tiver quem não tenha cursado o Curso de Doutrina ou o Seminário de Formação Espiritual, se esforçar para que façam o curso nos próximos três anos. Fazer a determinação de receber a graça de levar 10 pessoas para regressar a Jiba no ano do Decenário de Oyassama. Fazer a determinação de se dedicar para que as pessoas que receberam o Sazuke possam evoluir para se tornarem verdadeiros yobokus.

Fazer a determinação de que durante os três anos, aprenda todo o conteúdo do livro Doutrina de Tenrikyo, isto é, decorar o livro. Deste modo, quando for fazer a divulgação, poderá explanar claramente e em ordem correta o ensinamento. Fazer a determinação de ler todos os dias os 1711 versos do Ofudessaki. Fazer a determinação de que durante os três anos, vai ler todas as 6.331 páginas do Ossashizu. Existem muitas outras determinações que todos poderão fazer. Dentre estes exemplos, se por acaso tiver algum que no momento esteja em seu coração, ou ache que é o que tenha mais dificuldade de fazer, creio que durante os três anos de atividades é a época oportuna de colocar em prática, pois esta é a melhor maneira de todos nós fazermos a construção espiritual e que estará diretamente ligada à construção do mundo.

Entre os senhores, talvez possa haver quem ache que os exemplos que dei agora possa parecer muito difícil de ser praticado. Por isso, darei alguns exemplos um pouco mais fáceis.

Como uma determinação de melhorar os maus hábitos e os maus costumes temos o seguinte: Para aqueles que logo ficam nervosos e reclamam das coisas, fazer a determinação de que não irá mais ficar nervoso. Para aqueles que até agora vieram tratando melhor as pessoas do seu interesse e que veio fazendo somente as coisas à sua vontade, fazer a determinação de tratar as pessoas igualmente, sem discriminar e procurar fazer as coisas em união e harmonia, ajudando-se mutuamente. Aqueles que após beberem além da conta, ficam arrogantes e acabam criticando os demais, fazer a determinação de parar de beber. Para aqueles que ficam guardando rancor de algumas pessoas que chamaram a sua atenção, fazer a determinação de evitar este tipo de atitude e aceitar com satisfação todas as coisas. Para aqueles que evitam dar ajuda, seja material ou espiritual, determinar no sentido de fazer todas as coisas com alegria. Para aqueles que preferem trocar a refeição pelo cigarro, parar durante os três anos e determinar que irá oferendar o cigarro a Deus-Parens.

Além destas determinações, existem muitas outras. Deste modo, devemos fazer a reflexão tendo como base a razão dos ensinamentos e procurar se esforçar na evolução espiritual.

Assim, o que foi determinado, deverá ser praticado de todo e qualquer modo durante este período. Isto é o mais importante. Mesmo que a determinação seja muito boa, se não ocorrer a prática de nada vai adiantar.

Por exemplo, tomamos remédio quando ficamos doentes. Entretanto, se apenas lermos a bula e entendermos que o remédio serve para curar a referida doença, não iremos melhorar. É preciso existir a ação de abrir a tampa do vidro e tomar o remédio para que o corpo possa sentir o seu efeito. Do mesmo modo, de nada adianta fazer a determinação se não houver a sua prática. Não poderemos receber a graça de Deus-Parens. A cada Decenário de Oyassama, todos nós nos esforçamos em alcançar mais um degrau na evolução espiritual. Tenho a certeza de que esta atitude é que contenta Oyassama.

Mudando de assunto, este é o décimo ano do retornamento do primeiro primaz, reverendo Chujiro Otake. No dia 7 de dezembro, aqui no Dendotyo, será realizada a Cerimônia de 10 anos de Retornamento.

Talvez a sua alma já tenha renascido novamente neste mundo ou, como se dedicou por mais de 60 anos pelo crescimento do Caminho do Brasil, ainda esteja descansando nos braços de Deus-Parens. Assim, hoje, gostaria de explanar um pouco sobre a visão do Tenrikyo a respeito da vida e da morte.

No livro Doutrina de Tenrikyo, capítulo 7, tem-se:

“Esta restituição é chamada retornamento (denaoshi). Do mesmo modo como trocamos as vestes velhas pelas novas, voltamos a este mundo tomando emprestado um novo corpo ao espírito, que nos foi ensinado como uma razão nossa”. (p.70)

Isto é, foi explicado que a morte é o retornamento e que a alma vive eternamente. Esta alma toma um novo corpo emprestado e renasce novamente neste mundo.

No Ofudessaki não aparece a palavra “retornamento” ou “renascimento”. Entretanto, o retornamento está expresso como “tendo levado” e “fui buscá-la”. Deus-Parens veio buscar a pessoa e depois disso a alma está em seus braços. A alma permanece abrigada nos braços de Deus-Parens e irá “devolver”, ou seja, fará renascer novamente neste mundo.

No Mikagura-uta, Hino 6, 8° verso, tem-se:

“Apesar de tudo, devem continuar crendo, recomeçar, se tiverem erros espirituais.”

A interpretação deste verso, não significa que se tiver erros espirituais a pessoa irá retornar, mas se caso cometer os erros, é preciso recomeçar novamente, fazendo a mudança do espírito e continuar firmemente no caminho da fé.

No Ossashizu aparecem muitas vezes as palavras “retornamento” e “renascimento”. Vou dar um exemplo:

Ossashizu do dia 16 de abril de 1888:

“Estava ansioso para trazer de volta. Os pais tornando-se filhos e os filhos tornando-se pais. Chame pelo nome. Por um tempo, se não chamar pelo nome, não irão entender. Vejam, já renasceu! O nome é Haru. Podem continuar chamando pelo nome atual. Entretanto, se não chamar pelo nome, não compreenderão.”

Este Ossashizu foi recebido pelo mestre Tamezo Yamazawa quando tinha se passado 60 dias após o nascimento da filha mais velha Sayo. Como ela não estava bem de saúde, foi feita a solicitação a Deus e recebeu-se esse Ossashizu. A criança que nasceu, chamada de Sayo, possuía a alma da avó materna. Isto é, a sua mãe, chamada Hissa, era filha da terceira filha de Oyassama, chamada Oharu. Oharu tinha retornado no dia 18 de junho de 1872, e renasceu após 15 anos e 8 meses.

Após o retornamento, nenhum ser humano sabe em que pessoa vai renascer. No Ossashizu, há muitas indicações em que é esclarecido de quem é a alma que renasceu. Somente Deus-Parens tem esse conhecimento.

Vou contar um fato relacionado à minha família. A minha avó, Ima Murata, nasceu como filha mais velha do mestre Issaburo Massui, que foi um dos primeiros seguidores de Oyassama. Na época, a própria Oyassama colocou o nome de Ima. Quando eu estava no ginásio, essa minha avó contou-me sobre o ensinamento do renascimento. Como eu tinha muita curiosidade e interesse, até hoje me lembro desse fato. A primeira geração nesta fé teve início através de Koemon Murata que retornou no dia 21 de outubro de 1886, aos 66 anos de idade. Alguns meses antes do seu retornamento, ele perdeu a noção de todas as coisas, como as pessoas costumam dizer, ele começou a caducar. Passou a agir como se fosse uma criança, fazendo coisas que nenhum adulto faria. As familiares e os parentes foram fazer uma solicitação a Oyassama. Exatamente nessa ocasião, a esposa de Issaburo Massui, senhora Ossame também tinha regressado à Residência, por causa de cólicas muito fortes. Então Oyassama disse: “A alma já renasceu em outro lugar.” E alisou a barriga de Ossame. Em seguida continuou: “A alma é eterna. Este é um modelo eterno. Não há dois modelos.” Significa que a alma de Koemon Murata já tinha renascido em vida, em outro lugar, isto é, a alma estava na criança que estava sendo gerada no ventre da senhora Ossame. Foi por esse motivo que Koemon passou a agir de um modo estranho, sem sentido, pois somente o corpo estava com vida, sem a alma.

No ano seguinte, em 2 de fevereiro de 1887, Ossame Massui teve um forte e sadio menino, como tinha sido explicado por Oyassama. A essa criança, foi dado o nome de Keizo. Posteriormente, foi adotado como filho de Tyobei Murata, filho mais velho de Koemon. Deste modo, a minha mãe é a filha mais velha de Keizo, e ele naturalmente se torna o meu avô.

Não existe nenhum outro episódio como este, em que foi explicado que a alma tinha renascido ainda em vida. De um modo geral, após o retornamento a alma vai para os braços de Deus-Parens e depois volta novamente a este mundo. Sobre o local em que acontece o renascimento, através do Ossashizu, a probabilidade dos “pais se tornarem filhos e os filhos se tornarem pais” é muito grande. Além disso, como já existem os protótipos de homem e de mulher, os homens sempre irão nascer homens e as mulheres da mesma maneira.

No ano dos 110 anos do Ocultamento Físico de Oyassama, em 1996, o professor de administração da Universidade Federal de Economia de Fukushima, Fumihiko Iida, lançou o seguinte livro: O Sentido da Vida na Criação – A Ciência do Renascimento Muda a Vida do Homem. Como fiquei interessado no assunto, comprei o livro para ler. Desta vez, como a palestra se tratava do mesmo assunto, li novamente o livro.

Este professor ensina administração na universidade e, nem ele e nem sua família segue uma religião ou associação. Ele não cita nenhum artigo ou texto escrito por médium, religioso, médico, jornalista ou sociólogo. Para manter uma postura científica e objetiva, centralizou a sua pesquisa em resultados obtidos por famosos estudiosos de universidades, cientistas renomados e pesquisadores clínicos. Analisou o resultado dessas pesquisas em que foi estudado cientificamente sobre a “vida após a morte” e o “processo do renascimento”. Escreveu de uma forma clara e didática, sobre uma nova visão do sentido da vida do ser humano.

Neste livro, foram colocados muitos depoimentos de pacientes que passaram pela morte ou que estiveram temporariamente sem vida, tentando comprovar através de fatos reais sobre a vida após a morte e o renascimento.

Sobre a morte do ser humano, ele muitas vezes parece que copiou os ensinamentos deste Caminho.

Por exemplo: “O corpo do ser humano tem um limite. Pelo fato da alma ser eterna, periodicamente se faz necessária a troca desta matéria chamada corpo. Sobre isso, a sociedade costuma falar como sendo a morte. Isto é, morrer significa trocar de recipiente , morrer é como se o corpo fosse uma roupa e que essa roupa estaria sendo trocada. Não é nada mais do que isso. Se caso houvesse a possibilidade de escolher a nova roupa, se soubesse que muitas pessoas queridas que partiram antes estão à sua espera, se tivesse a certeza de que poderia vir buscar os familiares que ficaram neste mundo, no momento da morte, poderia se sentir uma grande tranqüilidade e satisfação.”

Este é um dos trechos do livro.

Em seguida, sobre o “renascimento”. Gostaria de citar as palavras do americano George Anderson. Ele foi reconhecido pelos cientistas como sendo um paranormal que tinha o poder de conversar com as almas ou espíritos. Após psicografar centenas e milhares de mensagens dos espíritos, ele falou sobre o renascimento.

“Tenho a certeza de que existe o renascimento. O ser humano renasce inúmeras vezes. O que muda a cada renascimento é o sexo, a raça, a religião e a cultura. Através do renascimento, fazendo e passando por numerosas experiências na terra, o seu espírito vai progredindo. Pelo fato de haver neste mundo coisas inesperadas e muitos obstáculos, se passam por dificuldades e sacrifícios, muitas vezes tem relações de atrito com os semelhantes e, devido a todos este fatores é que há uma grande melhora e um enorme crescimento no progresso e na evolução do espírito.”

Sobre os anos até o próximo renascimento, ele diz o seguinte: “Há casos em que se renasce após um dia da sua morte. Há casos em que se demora centenas de anos. Tendo relação com o aumento da população, creio que o tempo de espera está diminuindo cada vez mais. Atualmente, creio que se renasce em poucos anos, no máximo entre 10 e 20 anos.”

Alem disso, ele diz: “O fato do espírito alojar-se no corpo, isto acontece quando o feto está com aproximadamente três meses.”

Como não há muito tempo, deixarei por aqui as citações. O que eu sinto é que o ensinamento transmitido por Oyassama pouco a pouco vai sendo esclarecido e comprovado pela ciência com o passar do tempo. Todos nós fomos atraídos primeiro a este Caminho em comparação aos demais. Isto é, tivemos a oportunidade de escutar primeiro o último e derradeiro ensinamento. Por isso, não podemos ficar acomodados. Devemos transmitir ao maior número de pessoas o mais rápido possível este ensinamento.

Em seguida, gostaria de falar sobre a relação entre o corpo do ser humano, o espírito e a alma.

No Ossashizu do dia 14 de fevereiro de 1889 tem-se: “O que se chama ser humano, o corpo é coisa tomada emprestada e somente o espírito é seu bem próprio. Surgirá diariamente qualquer razão, de apenas uma coisa, o espírito. No fato de aceitar qualquer espécie de razão, compreendam a razão que se diz plena onipotência.” No Ossashizu do mesmo ano, do dia 1° de junho, tem-se: “Quanto ao ser humano, o corpo é coisa emprestada por Deus e tomada emprestada dele. Somente o espírito é seu bem.” Espírito significa o trabalho e este trabalho não é uma coisa que é visível. Todos nós recebemos a permissão de usar livremente o espírito, por isso, a responsabilidade do uso espiritual é de cada um. Sobre isso é que foi ensinado como “o espírito é seu bem”. Todo ser humano é constituído de corpo, de espírito e de alma. O uso espiritual acaba no momento do retornamento. Porém, o registro deste uso permanece. Sobre isso foi ensinado como sendo a predestinação.

No Ossashizu do dia 8 de abril de 1907, tem-se: “Tenho dito que a predestinação é o caminho do espírito. Tenho dito que é o caminho do espírito”. O corpo do ser humano, ou seja, a matéria acaba com a morte, o uso espiritual também, mas a predestinação permanece na alma e ela volta novamente ao mundo através do renascimento.

Se pensarmos que a vida do ser humano equivale a um dia, a vida atual seria a parte do dia, isto é, quando se trabalha, estuda e se faz diversas atividades. A noite é como se tivéssemos morrido, pois ficamos dormindo. Durante o dia temos consciência das coisas que fazemos, mas à noite, quando dormimos, podemos dizer que perdemos a consciência, por mais que a pessoa seja sábia ou inteligente. Podemos imaginar que o corpo do ser humano, dia a dia, repete o ciclo da vida e da morte. Porém, a consciência e as qualidades que possuímos antes de dormir, os hábitos e os costumes não desaparecem depois que acordamos no dia seguinte. Talvez tenhamos algo que esqueçamos, mas nos lembramos de quase tudo do dia anterior.

Como neste exemplo, as vidas passadas, a atual e a futura também podem ser refletidas da mesma maneira. Apesar de não sabermos a nível espiritual, no nível da alma, tudo que aconteceu nas vidas passadas está registrado. Todos os seres humanos trazem estes registros quando do renascimento. Existiu o dia de ontem, existe o hoje e haverá o amanhã. Existiu a vida passada, existe a vida atual e haverá a vida futura.

Muitos filhos e netos de políticos seguem o mesmo caminho. Os filhos de pais que praticam o sumô, também acabam praticando o sumô. Muitas vezes, os filhos de artistas também seguem o mesmo caminho dos pais. Creio que isso também tem relação com o que eu explanei há pouco.

No Ofudessaki tem-se:

Tanto as pessoas que vivem nos altos montes

como no fundo dos vales, são todas almas iguais. Of. XIII-45

Mesmo entre pais e filhos, marido e mulher ou entre irmãos,

os espíritos são diferentes um do outro. Of. V-8

Como podemos perceber, as almas são todas iguais, mas o espírito é diferente de pai para mãe, de irmão para irmã. Está esclarecido que alma e espírito são diferentes.

Como o espírito é diferente para cada pessoa, existem as características de cada um, e a vida também não é igual para todos. Entretanto, é ensinado que a alma é igual para todos os seres humanos. Os hábitos e os vícios ficam impregnados na alma e isso se torna em predestinação.

No Ossashizu do dia 31 de dezembro de 1904, tem-se:

“Por pensar que a vida do ser humano é de apenas uma geração, ficam desamparados. A verdade é que a razão é eterna. Escutem bem e estabeleçam firmemente no coração. Toda a verdade que for dedicada aceitarei como uma razão eterna, para todas as gerações. A razão nunca se extinguirá. A razão é plenamente suficiente. Tenham prazer disso. Não tenham arrependimento por pensar que é razão de uma geração. Que escutem bem. Quanto ao ser humano, existem os de vida breve e os de longa. Existem todos os tipos. Que escutem bem e tenham plena satisfação. A satisfação sincera é de primeira importância. A isto se chama arrependimento e reforma das predestinações das vidas anteriores.”

Muitas pessoas acham que a vida só se resume a esta geração e tem ressentimento e remorso. Porém está sendo ensinado que não se deve ter esse tipo de sentimento em relação à vida. Tudo que for dedicado estará sendo aceito por Deus-Parens por todas as gerações. No mundo, existem pessoas que logo vêem os seus resultados e outros que apesar de se esforçarem, demoram em atingir o objetivo. Porém, a razão celeste é imutável. Tudo que for plantado irá brotar. Mesmo que nesta vida tenha que passar por um grande e inesperado obstáculo, não se pode esquecer de refletir as predestinações das vidas anteriores e, se conseguir passar estabelecendo o espírito de satisfação sincera, poderá receber a graça cortar estas predestinações.

No Ossashizu de 13 de janeiro de 1892, tem-se:

“Se fizer coisas boas haverá a razão de coisas boas. Se fizer coisas ruins, haverá a razão de coisas ruins. Não existe fim para as coisas boas e nem para as coisas ruins. A razão não se pode ver, mas é como estar registrado, mês a mês, ano a ano. Se sobrar devolvo, se faltar cobro. O balanço é feito corretamente. Que compreendam bem.”

Pelo fato da predestinação pertencer a um mundo em que nada é visível, ela é muito difícil de ser compreendida. Mesmo parecendo que foi cortada, se descuidar, mesmo através das poucas raízes que ficaram sobrando, ela novamente cresce e aparece. Deste modo, é muito importante fazer diariamente a limpeza das poeiras espirituais.

Creio que a maioria dos senhores que estão fazendo a reverência no dia de hoje já fizeram o regresso a Jiba e receberam a razão do Sazuke. Isto é, já são yobokus. Para se receber o Sazuke, escutamos por nove vezes a preleção do Besseki. Vou citar um trecho do final dessa preleção:

“Neste caminho, não há discriminação entre jovens e idosos, nem entre homens e mulheres, mas tem por merecimento tudo o que se dedicou. Deus-Parens cortará a má predestinação pela virtude da nossa dedicação e condução. Por isso, de agora em diante, devemos seguir o caminho que Oyassama trilhou durante 50 anos, refletindo e compreendendo bem toda a verdade. Devemos determinar diariamente o espírito imutável ouvindo os ensinamentos e praticá-los com sinceridade. Acumular a virtude da eficácia despertando a sinceridade para o Caminho, agir convictos da verdade que sofrer pelos outros é prazer futuro, e tomar as dificuldades como os nós de onde surgirão brotos e florescerão o caminho do prazer e da alegria.

Como o sofrer pelos próximos é a base para se salvar das desgraças, a sinceridade de salvar os outros das dificuldades e infelicidades está de acordo com a intenção de Deus-Parens. Isto é a razão celeste. Não é possível salvar o próximo sem a sinceridade. Esta sinceridade espiritual é que salvam as pessoas e, também, a si mesmo. Não se pode salvar o próximo, queixando-se de sua própria sorte.”

Explicando um pouco este trecho, não existe diferença entre jovens ou velhos, homens ou mulheres para seguir o caminho desta fé. Não é porque a pessoa é mais velha que o Sazuke tem mais efeito em comparação a quem é mais jovem. Nem o homem é mais importante que a mulher e vice-versa. O que está claro é “tem por merecimento tudo o que se dedicou”. Devemos dedicar a sinceridade a Deus-Parens, a Oyassama e a Jiba. Devemos dedicar a sinceridade na salvação das pessoas. Está sendo explicado que para cortar as más predestinações é preciso dedicar e conduzir. Como a condição de vida é diferente para cada pessoa, não é a quantidade de dinheiro que tem importância. A contribuição e a dedicação devem ser feitas com sinceridade. Conduzir significa freqüentar a igreja e regressar a Jiba. Isto é, a sinceridade que conduz com alegria onde está Deus-Parens é o que vai fazer com que se corte a razão da predestinação. Além disso, não esquecer de seguir os 50 anos da vida-modelo de Oyassama, praticando e cumprindo a razão dos ensinamentos também é muito importante. Além disso, o trecho que diz “Acumular a virtude da eficácia despertando a sinceridade para o Caminho”, significa: “despertar-se para a salvação de todas as pessoas do mundo com espírito sincero”. Sofrer em benefício dos próximos é ter prazer no futuro. Mesmo tendo preocupações ou aflições, deve ser refletido como sendo nó e, que destes nós sairão belos brotos, que serão as alegrias do caminho futuro. As dificuldades passadas para a salvação das pessoas será a base para se ver livre do próprio sofrimento. A verdadeira sinceridade dedicada na salvação das pessoas será revertida na sua própria salvação. Assim, durante a caminhada da salvação, não se pode ficar reclamando da sua própria situação, pois dessa maneira não se poderá receber a graça da salvação.

No próximo ano, terá início as atividades dos três anos, mil dias visando a celebração dos 120 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. No dia 26 deste mês, na ocasião da Grande Festa da Revelação Divina, parece que vai haver o pronunciamento da Instrução n° 2 através do Shimbashira.

Devemos nos esforçar e fazer o preparo espiritual para poder corresponder ao desejo do Shimbashira e tranqüilizar Oyassama. Além disso, através da nossa prática ativa, com união e harmonia espiritual de todos estaremos contentando Oyassama. Este é o meu maior desejo neste momento.

Agradeço a atenção de todos os senhores e termino as minhas palavras.

Muito obrigado.