Tyotyo_1996.01

Palestra do Primaz Murata na Grande Cerimônia de 14 janeiro 1996

Chegamos ao ano 159 da Revelação Divina. Feliz ano-novo a todos! Durante todo o ano passado, acredito que todos, cada qual em sua posição, se dedicaram ao máximo na finalização das atividades referentes aos "três anos, mil dias" que antecedem ao 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama. Muito obrigado! Finalmente chegou o ano da comemoração do 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama. Aproximadamente 150 pessoas já partiram nas 3 primeiras caravanas rumo a Jiba tendo em vista a comemoração do decenário de Oyassama. Este ano inteiro será um ano propício para o regresso a Jiba. Portanto, gostaria de solicitar o esforço de todos para que o maior número de pessoas possam regressar a Jiba nesta oportunidade.

Gostaria de agradecer a todos que, sem medir distâncias, vieram reverenciar na Grande Festa de Janeiro em grande número. Após executar animadamente o Serviço, gostaria de dirigir-1hes algumas palavras, para o que solicito a atenção de todos.

Como disse há pouco na dedicatória, a Grande Festa de Janeiro que acabamos de celebrar relembra o dia em que Oyassama deixou a sua existência física, ou seja, 26 de janeiro de 1887. Todos os anos no dia 26 de janeiro é celebrada em Jiba a Grande Festa da Primavera e, recebendo esta razão, celebramos a Grande Festa de Janeiro aqui no Dendotyo. Como neste ano se completam exatamente 110 anos desde que Oyassama ocultou seu corpo, será celebrada em Jiba, no dia 26 de janeiro a festa pelo 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama.

Como todos sabem, dizemos que “regressamos a Jiba” e não que “vamos a Jiba” para reverenciar.

Conforme o ensinamento de Oyassama, Jiba é o local onde Deus-Parens introduziu-se no corpo de Izanagui-no-Mikoto e Izanami-no-Mikoto e concebeu as sementes dos seres humanos levando para isso, três dias e três noites. E o local original da criação dos seres humanos e é também o local da residência permanente de Deus-Parens, Tenri-Ô-no-Mikoto. Como é o local onde se encontra o Parem de toda a humanidade, dizemos "regressar a Jiba" porque estamos regressando ao seio do Parens.

Então, por que chamamos esse local de Jiba? Consultando dicionários japoneses, o ideograma (kanji) "ji" significa "terra", e "ba" significa "lugar". Na China antiga, o ideograma "ba" era utilizado para representar locais em que se ora a Deus.

(*) analisando mais detalhadamente, “ji” significa “terra natal”.

Dentro dos Textos Originais deixados por Oyassama, a palavra "Jiba" aparece pela primeira vez no 9º verso do Hino V e no 1º verso do Hino XI dos Hinos Sagrados, escritos em 1867.

Aqui é Jiba original do mundo. O local extraordinário foi revelado.

Em Shoyashiki, na fonte do sol, Jiba da Morada de Deus vai ser identificada.

São utilizadas expressões como "Jiba” original do mundo “ou "Jiba da Morada de Deus".

Em seguida, no verso 4 da parte I das Escrituras Divinas, escrita em 1869, temos:

Embora estejais chamando este lugar de Morada Divina de Jiba, em Yamato, não sabeis a origem.

Aqui é utilizada a expressão "Morada Divina de Jiba, em Yamato".

No verso 4 da parte VII das Escrituras Divinas, escrito no 2º mês de 1875, temos:

Se este lugar é a Jiba original, não há nada de desconhecido sobre o início da criação.

No verso 47 da parte VIII, escrito no 5º mês do mesmo ano, temos:

Este Tsukihi mostrar-vos-á sua onipotência porque há a predestinação e a Jiba original.

No verso 19 da parte IX, escrito quando houve a identificação de Jiba no 5º mês de mesmo ano, temos:

Que prepareis vosso espírito para aprontar Jiba, o local a ser assentado o Kanrodai.

Neste verso, Deus-Parens deixa clara a relação existente entre Jiba e o Kanrodai. Algumas histórias contadas por professores que conviveram com Oyassama explicam por que chamamos de Jiba ao local onde foi concebido o ser humano. Nós, seres humanos, nascemos graças aos nossos pais. Nossos pais também nasceram graças aos seus pais, ou seja, nossos avós. Por sua vez, nossos avós nasceram graças a nossos bisavós e assim sucessivamente. Em japonês, avô, chamamos de "jiji" e avó de "baba". Num jogo e palavras, o local da concepção dos seres humanos, subindo na árvore genealógica de "jiji"s e “baba"s, chegaremos à origem Jiba. E apenas um jogo de palavras, mas em japonês tem algum sentido.

Em seguida, gostaria de falar como Oyassama esclareceu sobre a Jiba original. A situação da época está bem explicada no livro "Vida de Oyassama". Tudo aconteceu em 26 de maio do calendário lunar de 1875.

"Oyassama havia dito no dia anterior: - Amanhã é dia 26; portanto, deixai bem limpo o interior da Residência. As pessoas que receberam estas palavras fizeram a limpeza com especial cuidado. Antes de tudo, Oyassama caminhou pessoalmente pelo local limpo e marcou o ponto em que os pés ficaram inteiramente pregados ao solo, não podendo mover-se nem para frente nem para os lados. Depois, pediu a Kokan, Nakata, Matsuo, Massu Tsuji, Yossuke da Aldeia de Itieda e outros para andarem sucessivamente com os olhos vendados. Todos pararam igualmente como que atraídos por uma força magnética. Massu Tsuji, não parou na primeira tentativa; porém, ao caminhar com a filha Tomeguiku às costas, teve os pés pregados no mesmo ponto, impossibilitada de mover-se como os demais. Assim é que Jiba do Kanrodai foi mostrada claramente pela primeira vez, mais ou menos ao meio-dia de 26 de maio do calendário lunar de 1875”.

Desta forma, Oyassama não ensinou apenas abstratamente onde era o local da concepção dos seres humanos às pessoas da época. Primeiro, andou ela própria e depois, mandou que mais 5 pessoas andassem com os olhos vendados. O local onde os pés de todas as pessoas paravam estranhamente, como que sugados ao solo, era Jiba. Ela se utilizou deste método para a identificação de Jiba devido ao espírito desconfiado do ser humano.

Depois, Oyassama erigiu o Kanrodai (Pedestal do Néctar) em Jiba original e ensinou a executar a sua volta o Serviço de Kagura, no qual se representa a razão do momento da criação dos seres humanos através dos movimentos das mãos. Explicou também que através deste Serviço, os sofrimentos por doenças seriam extintos, os problemas sociais seriam solucionados, as plantações teriam colheita abundante e o mundo se transformaria num mundo realmente pacífico, sem guerras ou conflitos. Quer dizer, Jiba é a fonte de todas as providências divinas. Além do Serviço de Kagura realizado ao redor de Jiba, do Kanrodai, é dai que são concedidos, o dom de Sazuke, que salva as pessoas, a Permissão do Parto Feliz, o Amuleto-Prova e o Arroz Abençoado, ou Goku.

Usando palavras do mundo comum, Jiba é uma terra sagrada. Entretanto, a terra sagrada da Tenrikyo é muito diferente da terra sagrada de outras religiões. No Cristianismo, temos como terra sagrada as cidades de Jerusalém e o Vaticano. Jerusalém foi a terra onde Jesus Cristo foi torturado e o Vaticano foi a terra onde morreu o apóstolo Paulo. No Budismo, são consideradas terras sagradas Lumbini, local onde nasceu o Buda, e Kushinagara, local onde Buda foi iluminado. No Islamismo, existem as terras sagradas de Meca e Medina. Pessoas do mundo inteiro reverenciam estas duas cidades: Meca foi a cidade onde Maomé nasceu e Medina foi a cidade onde Maomé faleceu.

Desta forma, nas outras religiões, a terra ou o local onde nasceu ou morreu o seu fundador são consideradas sagradas. Entretanto, Jiba não é considerada sagrada porque Oyassama aí nasceu ou porque aí morreu. E o local que esclarece a razão da concepção dos seres humanos no momento da criação original. Não existe outro local tão sagrado quanto Jiba.

A propósito, Oyassama tornou-se sacrário de Deus-Parens e como Deus-Parens se introduziu no corpo de Oyassama, inicialmente foi-lhe atribuído o nome divino Tenri-Ô-no­-Mikoto. Entretanto, como Oyassama tinha um corpo humano e tinha seus limites, para não enfrentar a inveja e os ciúmes da sociedade por ter-lhe sido atribuída um nome divino, Deus-Parens atribuiu o nome divino Tenri-Ô-no-Mikoto a Jiba, que é eternamente intransferível.

Isso é mencionado na preleção do Besseki da seguinte forma: "Deus-Parens tencionou atribuir o nome divino a Oyassama, mas devido a sua profunda intenção, atribuiu o nome divino de Deus-Parens, Tenri-Ô-no-Mikoto, a Jiba, Terra Parental eternamente intransferível, devido à predestinação original da Residência e por ser o local da concepção dos seres humanos". Ainda, no capítulo 8 da "Vida de Oyassama" temos: "Por esse profundo amor parental, concedeu o nome divino Tenri-Ô-no-Mikoto, que cabia ao Sacrário de Tsukihi, a Jiba original eternamente intransferível e mostrou claramente o centro convergente da fé inabalável para todo o sempre".

Desta forma, ao entoarmos o nome Tenri-Ô-no-Mikoto, estamos ligando o coração a Deus-Parens, a Oyassama e a Jiba. Este é realmente o nosso centro convergente e inabalável da fé.

Na época em que Oyassama era fisicamente presente não existiam muitos meios de transporte, mas as pessoas que eram salvas queriam expressar sua alegria e gratidão a Oyassama e peregrinavam à pé até Jiba.

Dentro do livro "Episódios da Vida de Oyassama" temos diversos exemplos.

Primeiramente, um episódio ocorrido em 1875 ou 1876. No dia 10 de Janeiro, Rin Massui, apesar da neve densa que caía desde a manhã, regressou à Residência da região de Kawati, em Osaka, vencendo 30 quilômetros de distância devido à sua gratidão em ter sido salva da perda da visão. Neste entremeio, é necessário atravessar uma ponte alta em Nukatabe, mas as pontes da época eram de um metro de largura e sem corrimão. Rin ficou descalça para atravessá-la e quando estava no meio da ponte, repentinamente começou uma forte nevasca.

Como estava quase sendo levada pelo vento, Lin deitou-se de bruços e se arrastou com muita dificuldade até o fim da ponte, entoando o nome divino Tenri-Ô-no-Mikoto. Dessa forma, ela chegou no finar da tarde na Residência toda enlameada devido à neve. Poucas horas antes, Oyassama, observando a janela, falou às pessoas que trabalhavam à sua volta: "Mesmo num dia como hoje, pessoas virão. Que pessoas sinceras! Devem estar enfrentando grandes dificuldades!". Lin, ao saudar Oyassama após ter aquecido um pouco seu corpo gelado e arrumado sua roupa, ao mesmo tempo em que teve suas mãos seguras e aquecidas por Oyassama, recebeu dela as seguintes palavras de incentivo: "Seja muito bem-vinda de regresso”.

Deus-Parens veio guiando sua mão de regresso." Sabe-se que até retomar, com 97 anos de idade, Lin nunca mais se esqueceu do calor das mãos de Oyassama naquela oportunidade. Foi ela quem construiu a base da atual Igreja-Mor Ogata e também, foi a única mulher a se tornar ministra da Sede até o momento.

Em 14 de abril de 1880, o casal Umejiro Izutsu regressou pela primeira vez a Jiba levando sua filha Tane, que havia sido salva de uma doença. Quando partiram de Osaka, chovia fortemente. Regressaram animadamente dentro da chuva e quando se apresentaram à frente de Oyassama, ela, demonstrando sua onisciência, disse-lhes as seguintes palavras de incentivo: "Sejam bem-vindos, apesar da chuva que tomaram!" Oyassama passou a mão na cabeça de Tane e disse: "Vocês regressaram de Osaka. Pela orientação do extraordinário Deus, será plantada a raiz de uma grande árvore em Osaka. Não se preocupem com a doença do criança". O casal Izutsu dedicou-se fervorosamente à divulgação e se tornaram os precursores da Igreja­-Mor Ashitsu.

Outro fato foi o ocorrido no final do outono de 1881. Unossuke Tossa regressou a Jiba em agradecimento ao fato de ter sido salvo no grande desastre marítimo que assolou a Ilha de Okushiri, em Hokkaido. Depois de fazer a reverência a Deus-Parens, contava emocionadamente aos professores que trabalhavam na Residência que, apesar de ter enfrentado enormes ondas no mar de Hokkaido e de ter passado por diversas dificuldades, conseguiu chegar são e salvo a Osaka. Foi quando um dos professores lhe perguntou se esse fato não havia ocorrido mais ou menos a tal hora de tal dia de tal mês. Relembrando os fatos, percebeu que era exatamente nesse dia que o desastre havia ocorrido. O professor prosseguiu dizendo: "Neste dia, Oyassama afastou a porta do lado norte do seu quarto, ficou de pé, abrindo o leque do serviço sagrado, voltada para o norte, esteve chamando por alguém durante longo tempo: 'Olá, olá!' Estava pensando: 'Que fato estranho e misterioso!' Todavia, ouvindo agora a sua narração, compreendi perfeitamente o porquê do fato". Ouvindo isso, imediatamente Tossa foi à presença de Oyassama e agradeceu. Oyassama lhe disse afetuosamente: "Trouxe-o de regresso livrando­-o do perigo". Depois disso, Tossa deixou suas atividades de marinheiro e dedicou-se sinceramente à divulgação transformando-se o precursor da Igreja-Mor Muya.

Outro fato aconteceu mais ou menos em 1882. Fujiyoshi Izumita ingressou na fé em 1877, salvo de câncer no estômago, e estava fazendo animadamente a divulgação em Osaka. Certa noite, estava atravessando o Passo Jussan, que separa Kawati de Yamato, para regressar a Jiba quando surgiu um grupo de três ladrões. Pensou consigo que deveria pagar uma dívida de vidas anteriores e já que era para devolver, que fosse bem feito. Despiu todas as vestes, dobrou-as cuidadosamente, colocou a carteira em cima e disse ajoelhando-se e abaixando a cabeça: "Por favor, levem embora". Então o grupo fugiu correndo, sem levar nada. Normalmente, se faria de tudo para que não fosse roubado" mas o fato de despir as vestes que está usando, dobrando-as e oferecendo-as aos ladrões é algo absolutamente incomum. Por isso, os ladrões devem ter tido algum mau pressentimento e foram embora. Izumita vestiu-se novamente e regressou a Jiba. Quando saudou Oyassama , ela disse: "Deve ter passado por sacrifícios. Entrego-te um tesouro, o Sazuke do Ashiki Harai. Recebe-o!" Assim, Izumita recebeu o dom do Sazuke. Depois disso, o professor lzumita salvou e orientou os precursores das Igrejas Mitsu, Kita, Oe, Amijima, Uemati. Depois que Oyassama ocultou seu corpo, deixou a divulgação em Osaka para outras pessoas e foi fazer a divulgação em Kyushu, onde se tornou o precursor da Igreja-Mor Nakatsu.

Assim como nestes episódios da vida de Oyassama, muitas pessoas regressaram a Jiba seguindo uma orientação dela, assimilaram a emoção deste encontro com Oyassama e se dedicaram sinceramente à salvação, fazendo com que o Tenrikyo evoluísse ao aspecto atual.

Dentro da preleção do Besseki, temos o seguinte:

“As pessoas que regressam à Terra Parental vindos de todo o mundo são como as pessoas que regressam à casa dos pais em épocas de festas. Ainda, o espírito do Parens é aquele que espera ansiosamente os filhos, sem exceção, que regressam a Jiba, para próximo do Parens, vindos de todo o mundo. Este espírito sincero dos filhos que regressam buscando o Parens, sendo aceito pelo espírito do Parens, que espera ansiosamente pelos filhos, faz com que surjam salvações extraordinárias e que sejam mostradas livres providências. Por isso, é muito importante dedicar o espírito sincero a Jiba original".

A primeira condutora da Igreja-Mor Tohon, reverenda Yoshi Nakagawa, antes de fazer a divulgação em Tokyo, fazia a divulgação no distrito de Tamba, em Kyoto. Isto ocorreu mais ou menos em 1892. Nesta época, as pessoas que faziam a divulgação em Osaka, quando conseguiam 5 pessoas dispostas a seguir os ensinamentos, regressavam a pé até Jiba em agradecimento. A Reverenda Yoshi, quando conseguia uma pessoa disposta a lhe seguir, andava por 100 quilômetros até Jiba, passando pela igreja superior Minami e pela Igreja-Mor Takayasu, comunicava o fato a Oyassama eternamente viva, fazia sua solicitação e logo voltava à sua terra de divulgação. Lá chegando, fazia a ministração do Sazuke e, se recebesse a graça, andava novamente os 100 quilômetros até Jiba em agradecimento. Diz-se que ela fez e cumpriu a determinação espiritual de andar 400 quilômetros para a salvação de cada pessoa. Ela acreditava cegamente na razão de Oyassama eternamente viva, e dedicou com afinco sua sinceridade a Jiba. Depois de algum tempo, ela mudou sua terra de divulgação de Kyoto para Tokyo e gradativamente, suas sementes começaram a germinar, tornando-se a primeira condutora a Igreja-Mor Tohon.

Falei até agora de episódios ocorridos a mais de 100 anos, mas acredito que ainda hoje, Deus-Parens e Oyassama estão guiando a mão dos filhos que regressam a Jiba.

No dia 20 do mês passado, tivemos a partida da primeira caravana de regresso a Jiba, visando o 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama. Nesta caravana regressou também o Rev. Sato, da Igreja Hokuyu Brasil, que estava doente.

Em novembro, a partir de um problema na tireóide, teve acúmulo de água nos pulmões e problemas renais, tendo o corpo inchado e sendo internado num hospital em São Paulo. Fui ao hospital ministrar o Sazuke e nesta oportunidade o Reverendo Sato me disse que o médico havia lhe explicado o aspecto da doença, mas mesmo com um tradutor, não conseguia entendê­-lo bem. Além disso, como anteriormente já havia tratado da tireóide em Tenri, no Hospital Ikoi­-no-Iê, e ficado bom, gostaria de regressar a Jiba na primeira caravana e ser examinado novamente naquele hospital. Disse-lhe que por ser uma viagem longa de avião, cansativa mesmo para uma pessoa saudável, deveria fazê-la depois de recuperar as forças do corpo. Senão, se ficasse ruim no meio do caminho, causaria preocupação às demais pessoas da caravana, que estão regressando com tanta alegria.

Decorrido mais de um mês, o casal Sato partiu para Jiba, como era previsto. Estava orando para que pudessem chegar bem a Jiba; porém, no dia 21 de manhã, recebi um fax do Departamento de Missões Ultramarinas, dizendo que o estado de saúde do Rev. Sato havia se agravado e ele precisou ser internado num hospital em Los Angeles, nos Estados Unidos. Imediatamente enviei uma mensagem ao Primaz Itakura da Sede Missionária dos Estados Unidos, solicitando que desse assessoria ao casal lá. Algum tempo depois, recebi um telefonema do escritório da JAL em São Paulo comunicando o nome do hospital e o estado de saúde do Rev. Sato. Imediatamente, repassei essas informações por fax para a Sede dos Estados Unidos. Mais ou menos na hora do almoço, recebi um telefonema do Rev. Itakura. Ele me disse que havia recebido um telefonema da JAL no dia anterior e havia ido ao hospital. Como o Rev. Sato estava mais firme do que se imaginava, deveria tranqüilizar a família no Brasil. Os médicos o observariam durante 48 horas e avaliariam se poderia ou não viajar de avião. O Rev. Sato estava dizendo que queria viajar logo para Jiba. No dia seguinte, também recebi um telefonema do_Rev. Itakura e ele me disse que os médicos haviam autorizado a viagem do Rev. Sato. Entretanto, o vôo JL069 com partida de Los Angeles no dia 22 estava lotado. O Rev. Itakura também estava com reserva confirmada neste vôo do dia 22 para fazer a reverência no Serviço Mensal de dezembro, mas como não se conseguiu vagas para o casal Sato, ele resolveu adiar sua partida para o dia 23 a fim de acompanhá-los. Por isso, era para ficarmos despreocupados. Fiquei profundamente agradecido ao espírito magnânimo do Rev. ltakura, mas acredito que Deus-Parens e Oyassama se incorporaram ao Rev. ltakura e guiaram a mão do Rev. Sato até Jiba. O Rev. Sato chegou sem problemas a Jiba no dia 24 de dezembro às 8 horas da noite e agora se encontra no Hospital Ikoi-no-Iê, fazendo tratamento.

Como disse anteriormente, "Este espírito sincero dos filhos que regressam buscando o Parens, sendo aceito pelo espírito do Parens, que espera ansiosamente pelos filhos, faz com que surjam salvações extraordinárias e que sejam mostradas livres providências”. Jiba é o local onde Oyassama reside eternamente viva.

Dentro das Indicações Divinas, a palavra Jiba aparece algumas dezenas de vezes. Entretanto, os 3 trechos que vou citar agora, apareceram na solicitação pela enfermidade do Honseki Izo Iburi. Em 2 de julho de 1888, temos: "E por existir a razão única de Jiba que o mundo se pacifica. O mundo se pacifica pela existência de Jiba." Em 13 de abril de 1890 temos: "Diariamente, olhando do mundo, as pessoas dizem 'é Jiba, é Jiba', mas isso se deve à sabedoria do ser humano, se deve às pessoas mais falantes? Deus aparecerá. " Em linhas gerais, quer dizer: esse lugar que chamam de Jiba, foi dito por um cientista ou por uma pessoa eloqüente? Não, foi Deus-Parens que se incorporou a Oyassama e revelou. Ainda, em 11 de outubro de 1885, temos: "O que se diz origem, o que se diz Jiba, não existe outro no mundo. Quanto mais se pensa, maior a razão”.

E em Jiba que fica a residência de Deus-Parens, é em Jiba que Oyassama trabalha eternamente viva. E por isso que a salvação avança no mundo e é somente tendo Jiba como centro que podemos ter a concretização da vida plena de alegria. Em Jiba, a fonte de salvação de todo o mundo encontra-se a Sede da Igreja. Tendo essa Sede da Igreja como centro, são estabelecidas a igrejas, que são permitidas quando se faz a solicitação em Jiba. E como uma árvore, em que Jiba é a raiz, e os galhos vão crescendo para todos os lados. Este é o Caminho iniciado por Oyassama sozinha. Oyassama é a semente e Jiba, a sede da Igreja, é a raiz.

Para que uma árvore cresça forte e saudável, por mais que os ramos sejam bonitos, não adianta regá-los e nem adubá-los. E importante regar e adubar a raiz, senão a árvore secará. Esta é a razão celeste. Se regarmos, um pouco que seja, a raiz com a água da sinceridade e a adubarmos, os ramos crescerão e a árvore se desenvolverá.

Nos Hinos Sagrados, no verso 8 do Hino VII, temos:

"Como a Residência é terreno de lavoura de Deus, as sementes semeadas brotam todas”.

Por este verso, é importante que dediquemos constantemente a sinceridade a Jiba, à Residência original.

Acredito que Oyassama aguarda ansiosamente os filhos que regressam a Jiba, vindos de todo o mundo, mas acredito que sente especial alegria com o regresso daqueles que vem de mais longe, vencendo maiores sacrifícios.

São pessoas que regressam dedicando-se com toda a sinceridade, mesmo dentro de várias dificuldades financeiras. Por isso, essa sinceridade é aceita por Deus Parens. E importante que todos nós que regressamos, semeemos a semente da sinceridade na Terra Parental, Jiba, pois "A Residência é terreno de lavoura de Deus”.

Segundo o espírito parental, seria natural dizer: "Sejam bem vindos de tão longe. Por favor, descansem com tranqüilidade". Entretanto, não podemos nos acomodar com essas doces palavras. De nada adianta regressarmos a Jiba, se não fizermos nada.

Fazer a limpeza dos corredores do Santuário, fazer hinokishin de carregar terra, fazer hinokishin no alojamento, se fizermos qualquer uma dessas coisas com alegria e animação, estaremos plantando sementes na Residência de Deus. Por isso, creio que é importante regressar a Jiba com este preparo espiritual.

Neste começo de ano, gostaria que todos nos comprometêssemos com Deus-Parens e Oyassama no sentido de darmos mais um passo na evolução espiritual e na dedicação sincera à salvação, tornando este ano do de cenário de Oyassama num ano significativo para nós.

Acredito que existam pessoas que conseguiram concretizar a determinação espiritual feita para as atividades de divulgação dos "três anos, mil dias" visando o 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama, e também existam aquelas que, apesar de todos os esforços não conseguiram concretizá-la. Depois da celebração do 110º Ano do Ocultamento Físico de Oyassama, nós, fiéis que moramos no Brasil, devemos ativar ainda mais as atividades de divulgação, tendo em vista, agora a comemoração dos 50 Anos de Fundação da Sede Missionária Dendotyo, a ser realizada daqui a 5 anos.

Obrigado pela atenção dispensada. Aqui termino a minha preleção de hoje.