Tyotyo_2012.01

Agradeço pela presença de numerosas pessoas que, sem se importar com a distância, vieram reverenciar a Grande Cerimônia de Janeiro, cujo Serviço acabamos de realizar alegre e animadamente.

Pudemos receber o novo ano 175 da Revelação Divina com saúde. Feliz ano novo a todos. Desejo que todos possam ter muita saúde, e conto com a colaboração de todos para que trabalhem animadamente nas missões de dedicação sincera à salvação.

A Grande Cerimônia de hoje, conforme li na dedicatória há pouco, relembra o dia 26 de janeiro de 1887, data em que Oyassama abreviou em 25 anos o seu tempo de vida determinado e ocultou o seu corpo físico. Como é uma data que não podemos nunca esquecer, em Jiba é realizada todos os anos, no dia 26 de janeiro, a Grande Cerimônia da Primavera. Recebendo essa mesma razão, realizamos na data permitida de hoje a Grande Cerimônia de Janeiro. 26 de janeiro de 1887, foi o dia original em que Oyassama abriu o portal de seu sacrário e saiu para a salvação do mundo. Ainda, a partir desse dia não foi mais possível vê-la com os olhos humanos. Entretanto, conforme a Indicação Divina, foi nos ensinado que apesar de ter se ocultado fisicamente, Oyassama continua permanentemente residindo na Residência Original e com a providência da alma eternamente viva, roda por todos os cantos do mundo trabalhando pela dedicação sincera à salvação para todo o sempre com inalterado amor parental.

Na Indicação Divina de 17 de Março de 1890 temos:

“Estou residindo até aqui. Não tenho ido aonde quer que seja. Não tenho ido aonde quer que seja. Deveis refletir vendo o caminho diário.”

Ensina-nos que Oyassama ocultou seu corpo físico, mas continua na Residência Original trabalhando e concedendo graças diariamente.

Deus-Parens e Oyassama estão diuturnamente pensando apenas em salvar os seres humanos, que são seus filhos. Justamente para concretizar esse desejo de Deus-Parens e Oyassama é que nós, yobokus, pessoas que receberam o dom do Sazuke e instrumentos de Oyassama, devemos trabalhar.

Entretanto, temos nas Escrituras Divinas, parte II, verso 13:

“Embora eu deseje sair logo ao mundo, se não há caminho, mesmo querendo, não posso sair.”

Oyassama apressa a salvação do mundo, mas se não houver caminho, mesmo que queira, não pode sair. Creio que nós, yobokus, devemos abrir o caminho para que Oyassama possa sair e trabalhar.

A Tenrikyo é uma religião iniciada em 26 de outubro de 1838, quando Deus-Parens introduziu-se na Sra. Miki Nakayama, dona de casa de uma grande família de agricultores, então com 41 anos de idade, e revelou-se através de sua boca, no local onde atualmente se localiza a Sede da Tenrikyo, na cidade de Tenri, província de Nara, Japão. Deus-Parens criou os seres humanos e o mundo, concede a vida a todos os seres vivos e, tendo este mundo como o corpo de Deus, concede a sua providência trabalhando em todas as partes do corpo humano da mesma forma como na natureza.

Por que Deus-Parens criou os seres humanos e o mundo? Como Ele fez essa criação? Qual o verdadeiro modo de viver do ser humano? Esclareceu através da boca da Sra. Miki Nakayama sobre essas questões básicas a respeito deste mundo e também sobre a sua origem.

A Sra. Miki Nakayama é a fundadora da Tenrikyo e nós a chamamos de Oyassama. Na Escrituras Divina, um dos textos originais (textos doutrinários) escritos e deixados por Oyassama, na parte XIV, versos 25 e 26, temos:

“Tsukihi criou os seres humanos por desejar ver o viver alegre e feliz.

No mundo, por não conhecerem esta verdade, todos estão somente a desanimar-se.”

“Tsukihi” refere-se a Deus-Parens. Ele criou os seres humanos e o mundo com o desejo de ver e compartilhar da vida plena de alegria vivida pelos seres humanos, salvando-se e ajudando-se mutuamente. Entretanto, por não saberem dessa verdade, os seres humanos de todo o mundo estão desanimados, com espíritos anuviados, lutando entre si devido ao espírito egoísta que pensa que tudo está bem se estiver bem para si mesmo.

Atualmente, vivem neste mundo cerca de sete bilhões de pessoas. Tive a oportunidade de visitar vários lugares até hoje e uma coisa que percebi é que em todos os lugares onde há seres humanos, há sempre uma religião. Por que isto acontece? É porque todas as pessoas vivem buscando a felicidade. Não existe em nenhum lugar alguém que diga que quer ser infeliz. Todos os seres humanos pensam em ser mais felizes, pensam em levar uma vida mais afortunada do que a atual. Creio que é pelo fato de todos viverem em busca da felicidade que surgem as inúmeras religiões. Se passar a crer, poderá ganhar dinheiro, poderá obter a cura das doenças, poderá ter um filho, poderá passar na faculdade, etc. Existem religiões que pregam a graça na vida atual, mas também existem religiões que dizem que se pode alcançar o paraíso ou ir para o céu após a morte, tendo isso como objetivo final.

Então, como é a fé na Tenrikyo? Nos Hinos Sagrados, que também fazem parte dos textos originais, Hino V, quinto, temos:

“Até quando quer que continuem a crer, a vida será sempre repleta de alegria.”

Ensina aqui que, mesmo que sigam crendo por um longo tempo, deve-se ter o espírito repleto de alegria. O importante para seguir esta fé é construir na vida cotidiana o espírito capaz de viver a vida plena de alegria, é desenvolver o espírito, ou seja, evoluir espiritualmente.

Oyassama nos ensinou que o corpo humano é algo emprestado por Deus-Parens e, visto pelo ser humano, é algo tomado emprestado. Apenas o espírito é algo próprio, algo que é permitido utilizar livremente. Ensinou que, de acordo com a disposição e a conduta espiritual, pode-se viver alegre, feliz e animado, mesmo em meio a quaisquer circunstâncias.

No Japão, temos a expressão “completamente nu”, que significa que além do próprio corpo, não possuímos nada, nem dinheiro, nem bens materiais. No entanto, Oyassama ensinou que mesmo esse corpo não é algo próprio, mas sim, tomado emprestado de Deus-Parens.

Existe um provérbio japonês que diz: “Podemos retribuir a gratidão a Deus-Parens, mas não podemos retribuir a gratidão à água.” Significa que podemos fazer a retribuição aos pais, que nos geraram e nos criaram, mas não podemos retribuir a gratidão pela graça que recebemos da água. A água é originalmente algo gratuito. Quando retiramos a água que sai de uma fonte natural, não é necessário desembolsar nenhum dinheiro. Ainda, quando lavamos as roupas nas águas de um rio, não é necessário pagar pelo uso da água. A água é uma graça de Deus e é gratuita. No entanto, com o aumento da população, as pessoas passaram a viver nas cidades e, a partir do momento em que foi necessário colocar o encanamento para levar a água a todas as casas, passou-se a pagar a taxa da água todos os meses. Pagamos a taxa da água para cobrir as despesas de represar a água dos rios, de purificar essa água, de enterrar os canos debaixo das ruas e de levar a água a cada residência.

Com relação ao calor do sol também é a mesma coisa. Todos aqui lavam as suas roupas. Ao deixá-las estendidas lá fora, elas secam naturalmente com o calor do sol. Se não houvesse o calor do sol, teríamos que secá-las usando eletricidade ou gás, e teríamos que desembolsar muito dinheiro todos os meses. Não existe ninguém, em nenhum lugar, que tenha feito algum pagamento ao sol pelo fato de ter secado as roupas com o seu calor.

Quando pagamos por alguma coisa, certamente essa coisa passa a nos pertencer. Por exemplo, todas as manhãs, tomamos café e comemos pão. Podemos comer pão porque fomos à padaria e adquirimos o pão, pagando por ele. Se não pagarmos, será como tomá-lo emprestado ou roubá-lo.

Com relação a este nosso corpo, que é tão útil, será que existe alguém que já pagou pela sua utilização? Não existe ninguém. Não há como pagar. Aquilo pelo que não desembolsamos dinheiro é, então, algo tomado emprestado de Deus-Parens. Oyassama ensinou de maneira realmente fácil de entender que os corpos humanos são todos coisas tomadas emprestadas de Deus-Parens.

Ainda, ensinou que “apenas o espírito é uma razão própria.” Como nos foi permitida a liberdade do uso espiritual, acabamos utilizando o espírito de forma egoística e de acordo com as nossas conveniências. Os usos espirituais que vão contra a intenção de Deus-Parens foram ensinados como poeira. Quando a poeira se acumula, ela aparece em forma de doenças e problemas familiares, o espírito se turva como a água lamacenta e não se consegue viver a vida plena de alegria. É ensinado que se limparmos as poeiras e purificarmos o espírito, poderemos desfrutar o paraíso, ou seja, a vida plena de alegria.

Como forma de limpar os usos espirituais considerados poeira, Oyassama citou e explanou oito pontos para a reflexão desses usos espirituais. São eles a mesquinhez, a cobiça, o ódio, o amor-próprio, o rancor, a raiva, a ambição e o orgulho. (subtraído o detalhamento das oito poeiras)

Os usos espirituais são coisas que todos os seres humanos acabam praticando, mesmo sem perceber. Quando praticar esses usos espirituais considerados poeira, devem fazer uma reflexão, solicitando o perdão a Deus-Parens e prometendo não praticá-los novamente. Limpando as poeiras do espírito, o importante é reformar o espírito naquele desejado por Deus-Parens. Ao fazer a limpeza constante do espírito sem falha, poderemos ser salvos das doenças e dos problemas circunstanciais e desfrutar a vida plena de alegria.

As poeiras espirituais são como nuvens que cobrem nosso espírito. O que interrompe o bom tempo são nuvens pesadas e incômodas. É nos ensinado que devemos procurar limpar o nosso espírito constantemente, utilizando Deus-Parens como vassoura. Devemos procurar passar o nosso dia a dia alegrando-se com o que vemos, agradecendo por aquilo que se ouve, sempre com o espírito de céu limpo.

Todos nós, seres humanos, sem nos apercebermos, acabamos tendo usos espirituais egoístas considerados poeiras. Por isso, Oyassama nos aconselha a fazer constantemente a reflexão e a limpeza de nosso espírito, pois são pequenas poeiras que se acumulam nele. Mesmo limpando várias vezes a poeira de nosso coração entoando nos Serviços Sagrados da manhã e da noite “espanando os males...”, se não refletirmos e não nos arrependermos de nossos usos espirituais errôneos, a poeira não será removida. Se tiver usos espirituais considerados poeira, deve arrepender-se fazendo a reflexão, e procurar mudar de atitude, espanando dessa maneira a poeira. Se fizermos sempre a limpeza de nosso coração sem falta, estaremos no caminho certo para desfrutarmos a vida plena de alegria e felicidade.

O mais importante é, diariamente, manter o espírito de satisfação e gratidão e passar pessoalmente o caminho da sinceridade.

Neste ano, vamos avançar no caminho da maturação espiritual, sempre refletindo sobre os nossos atos e evoluindo na dedicação sincera à salvação.