2009.07_Isao Miyoshi

Reverendo Isao Miyoshi (Igreja Duartina)

Tendo ao centro o Primaz e com a presença de numerosas pessoas, foi realizado alegremente o Serviço Sagrado referente a Cerimônia Mensal de julho do Dendotyo. Manifesto as minhas felicitações a todos os senhores.

Além disso, ontem foi realizada magnificamente a Assembléia-Geral da Associação dos Moços com a participação de muitos associados. Senti uma imensa alegria ao ver o ânimo dos jovens associados.

Ao receber esta missão de palestrar no dia de hoje, espero contar com a atenção de todos os senhores.

Hoje, gostaria de falar um pouco a respeito da predestinação. Ao ouvir sobre a predestinação, muitas pessoas têm a impressão de se tratar de um assunto triste e obscuro, mas na verdade, não é bem assim.

As primeiras palavras de Deus-Parens foram:

“Eu sou o Deus original, o Deus verdadeiro. Nesta casa há uma predestinação. Desta vez, revelei-me neste mundo para salvar toda a humanidade. Desejo ter Miki como meu Sacrário.”

Significa que as três grandes predestinações da Revelação Divina são: o tempo, a pessoa e o lugar. O tempo é o dia 26 de outubro de 1838. A pessoa é Miki Nakayama. E o lugar, a predestinação da Residência, é onde está edificado o Kanrodai, em Jiba. Assim, predestinação indica a origem, a semente e a razão.

É a razão estabelecida por Deus-Parens. Por isso, o tempo não poderia ser outro a não ser o dia 26 de outubro de 1838, a pessoa não poderia ser além de Miki Nakayama e o lugar não poderia ser outro, somente onde se encontra o Kanrodai, o local original da criação dos seres humanos. O local predestinado. Creio que esses fatos devem ser estabelecidos firmemente em nosso coração. No Ofudessaki tem-se:

É a Residência onde criei os seres humanos, e é por essa predestinação que desci do céu. Of. IV-55

É a Residência onde iniciei este mundo. É o Parens original da criação dos seres humanos. Of. VI-55

Tendo-as verificado, Tsukihi desceu do céu porque desejava informar todas as coisas. Of. VI-56

Estes versos mostram a três grandes predestinações da Revelação divina.

Todos nós que ouvimos sobre o ensinamento deste Caminho, devido à predestinação é que hoje estamos reverenciando a cerimônia mensal do Dendotyo. Além disso, graças à fé neste Caminho é que existe o dia original da nossa salvação. Cada pessoa, devido à predestinação, foi atraída ao Caminho e está podendo passar os dias excelentemente. Para cada família, existiu o dia original em que o antepassado, após fazer a reflexão da própria predestinação, passou pelo Caminho para receber a graça da mudança para melhorar essa predestinação.

Eu e minha família chegamos ao Brasil em setembro de 1957 como imigrantes. Foi um ano após a celebração dos 70 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. Na época se falava muito em missionamento no exterior, tanto é que um mês depois, em outubro de 1957, vieram as primeiras famílias de imigrantes Tenri. A minha família veio um navio antes dessas famílias de imigrantes Tenri. Naquela época, o Dendotyo do Brasil estava em atividades visando a comemoração de 10 anos de fundação e estavam fazendo a construção deste recinto de reverência. Como a minha família veio como imigrante agrícola, tinha o contrato de um ano de trabalho, por isso, era difícil fazer o hinokishin.

Na família Miyoshi, a minha mãe retornou muito jovem e meu pai casou-se pela segunda vez. Pode se dizer que tinha que passar por esse tipo de predestinação. O meu pai Toshio também perdeu a mãe aos 13 anos de idade e o seu pai casou pela segunda vez. A minha mãe retornou quando estava com 20 anos de idade e a minha madrasta, hoje está com 84 anos com saúde. Eu cheguei ao Brasil com 18 anos de idade. Antes de chegar ao porto de Santos, no navio é que fiz o meu aniversário.

Por isso, tive que parar os meus estudos no terceiro ano do colegial para vir ao Brasil e após três anos é que a minha mãe retornou aqui no Dendotyo. Ela foi operada em São Paulo, mas devido à complicações, ela não melhorou. O primeiro Primaz, reverendo Otake, sabendo disso, disse que se a minha família continuasse no interior, teria muitas dificuldades e assim, chamou para ficarmos no Dendotyo e fazer o tratamento. Durante esse período, o meu pai cuidava da esposa e também fazia hinokishin. Entretanto, ela retornou depois de três meses. É por isso que a minha família sente uma imensa gratidão pelo Dendotyo. Assim, procuro fazer tudo que estiver ao meu alcance para poder retribuir essa gratidão. Porém, com o tempo, acabamos ficando acomodados, como temos nas seguintes palavras:

“Passa um dia, passam dois dias e pouco a pouco vai melhorando e vai se esquecendo, por isso é preciso avisar através da razão.” Deste modo, recebendo orientações através de doenças ou do acontecimento de acidentes é que fazemos a reflexão das nossas atitudes.

Atualmente, tenho recebido plenamente a graça da saúde, mas até agora passei por três grandes nós. O primeiro nó foi quando tinha 10 anos de idade. Fiquei gravemente enfermo durante meio ano e quando estava quase morrendo é que através deste ensinamento fui salvo. A minha mãe sempre dizia:

- Você foi oferecido a Deus no altar da igreja.

Ou seja, entendo que essas palavras significam que vendo o filho à beira da morte, e mesmo sabendo da situação complicada que se encontrava, os meus pais fizeram uma firme determinação dizendo que se a minha vida fosse salva, faria com que futuramente dedicasse a este Caminho. Se tivesse retornado naquela época, eu não estaria aqui no dia de hoje. Recebi uma grande graça e depois acabei vindo ao Brasil.

O segundo nó foi em 1976, quando deixei a casa de meus pais e fui trabalhar. Na fábrica existia uma máquina com uma correia bem grande onde as folhas de amora, depois de cortadas eram levadas para onde eram criados os bichos da seda. Por um descuido, prendi a minha mão esquerda na correia. Bem nesse momento, um ajudante estava bem perto da tomada, e ao ouvir o meu grito, ele imediatamente desligou a máquina. Se naquele momento, o ajudante não estivesse naquele lugar, talvez eu tivesse perdido a minha mão e o meu braço esquerdo. Refleti que graças à fé é que uma grande desgraça foi transformada em um pequeno acidente.

O terceiro nó aconteceu na volta de Duartina para Bastos, após a cerimônia mensal da casa de divulgação. Foi um acidente de carro. Na verdade, um carro, de repente passou na frente do carro que estava indo na minha frente e foi parar no acostamento. Foi algo de alguns segundos em que poderia ter sido envolvido no acidente, ou seja, o carro poderia ter batido bem do lado do meu carro.

No carro estavam a minha esposa e os meus filhos, cinco pessoas ao todo. Foi realmente um grande alívio e uma grande alegria ver que a grande desgraça tinha sido transformada em um pequeno fato e este fato ter sido extinguido.

Sobre o casamento tem-se as seguinte palavras:

Protejo-os unindo as predestinações das vidas anteriores. Isto se estabelecerá firme para todo o sempre. Of. I-74

O meu avô Kametaro Miyoshi viveu com a primeira esposa por 14 anos e após o nascimento da quinta filha, por problemas de complicações pós-parto, retornou aos 38 anos de idade. Com a segunda esposa, viveu junto por 8 anos e depois o meu avô retornou. O meu pai Toshio, viveu com a minha mãe durante 21 anos, e ela retornou aos 41 anos de idade. Eu tinha 21 anos. Depois, ele casou pela segunda vez e viveu junto com a esposa por 28 anos e o meu pai retornou aos 76 anos de idade. Ao pensar nesses fatos, eu e minha esposa já estamos juntos há 43 anos. Tenho a certeza de que essa graça se deve à fé e me sinto muito feliz com isso.

Atualmente, estamos vivendo em um mundo muito confuso e conturbado. Acontecem muitos temporais que causam inundações e desmoronamentos em muitos lugares, interrompendo as ruas e as estradas, além de pontes e viadutos sendo levados pelas águas das chuvas. Vemos pela televisão imagens das catástrofes e sentimos que existe o pesar de Deus-Parens nesses fatos.

Em meio a isso, no ano passado, ocorreu a inundação no estado de Santa Catarina e os membros da Associação dos Moços do Brasil, formaram um grupo de auxilio às calamidades, indo até o local fazer o hinokishin de ajuda às vítimas. Foi uma grande forma de divulgação.

Neste mês, será realizado em Jiba, o Corpo Internacional de Hinokishin da Associação dos Moços, com a participação de associados do Brasil. É algo maravilhoso e gratificante para todos nós. Já faz 17 ou 18 anos que eu também pude participar do Corpo de Hinokishin em Jiba.

Em novembro de 1992 aconteceu os 100 anos de fundação da Igreja-Mor Takaoka. Visando essa comemoração, regressei a Jiba. Nessa época, a igreja superiora Uwajima, também comemoraria os 100 anos, depois de dois anos e estavam fazendo a construção do recinto de reverência. Assim, reverenciei o centenário da igreja-mor e tinha a intenção de fazer hinokishin por dois ou três meses na igreja superiora. Entretanto, no final de novembro, de repente, o condutor da igreja me chamou e pediu para que participasse do Corpo de Hinokishin da Associação dos Moços em dezembro.

Na época estava com 53 anos de idade e como era o hinokishin da Associação dos Moços, pensei que somente participassem os jovens e que pessoas como eu, que já tinha passado da idade não participassem dessa atividade. Então, fiquei sabendo que a idade não importava e assim, resolvi participar do corpo de hinokishin. Do dia 1° ao dia 28 de dezembro foi o período do hinokishin. Após iniciar o hinokishin, percebi que tinha muitas pessoas com mais de 70 anos de idade. O grupo da Igreja-mor Takaoka tinha mais de 20 pessoas e foi um período de muita alegria e satisfação. Fizemos o hinokishin no prédio do Oyasato Yakata do canto noroeste que estava em construção e que atualmente está sendo utilizado pelo Colégio Oyasato.

Desde então, a cada regresso a Jiba, pelo menos uma vez, passo em frente ao Yakata e lembro-me com alegria de que no passado pude fazer o hinokishin na época da sua construção. No ensinamento temos que “tudo que foi dedicado é a razão, é a semente”.

Na época em que Oyassama vivia fisicamente, eram poucas as pessoas que tinham recebido o Sazuke. Por isso as pessoas faziam a salvação repetindo o nome de Deus-Parens, Tenri-Ô-no-Mikoto. Quando havia um doente, os fiéis se reuniam em sua casa e todos realizavam a Dança das Mãos, solicitando a salvação.

Hoje em dia, temos a liberdade de realizar o Serviço Sagrado e em qualquer lugar fazer a divulgação e a salvação. Por essa situação ter se tornado tão natural está se perdendo a firmeza no espírito. Assim, creio que devemos nos esforçar na divulgação e na salvação e isso tenho repetido freqüentemente para mim mesmo.

Em junho passado, foi realizada com grande sucesso a Assembléia-Geral da Associação Feminina, com a participação de numerosas associadas. Pude sentir a força e a energia das associadas visando a comemoração do centenário a ser realizado em abril do ano que vem e tenho a certeza de que muitas pessoas estarão fazendo o regresso a Jiba.

Além disso, em 2011 será comemorado os 60 anos de fundação do Dendotyo. Espero poder me dedicar ao máximo para atingir a determinação espiritual juntamente com todos os senhores. Assim, termino as minhas palavras.

Muito obrigado.