Iburi_2009.10

Palestra no Encontro de Incentivo - 2009.10 - Reverendo Masahiko Iburi

Boa tarde!

Veio-me à memória a primeira vez que visitei esta Sede Missionária, Dendotyo. Na época, estavam sendo desenvolvidas atividades visando os 20 anos de fundação do Dendotyo. Isso foi há 40 anos. O Rev. Chujiro Otake estava com muita saúde. O primaz Yuji Murata era jovem e eu também era jovem. Nessa oportunidade, participei da assembléia geral da Associação dos Moços. Os jovens da Associação dos Moços e do Departamento das Moças dançaram os hinos do Serviço Sagrado, um a um, da mesma forma como foi feita hoje. Fiquei muito emocionado.

Na época, Jiba era muito mais distante. Hoje as coisas estão relativamente mais fáceis. Se houver espírito, pode-se regressar a Jiba uma vez ao ano ou uma vez a cada três anos. Na época, creio que mesmo tendo espírito, não se conseguia regressar a Jiba.

Os jovens tocavam os instrumentos do Serviço. Por exemplo, o surigane era feita com uma lata de goiabada adaptada. Pensei: “o pessoal do Brasil executa o Serviço mesmo diante dessas dificuldades...” Isso ficou profundamente gravado em minha memória. Nessa época também tivemos uma construção comemorativa. Era o salão que hoje os senhores utilizam como refeitório. Desta vez, pudemos inaugurar um maravilhoso salão multi-finalidades. Creio que temos o aspecto atual porque houve a continuidade daquele espírito que verifiquei há 40 anos. O esforço e a dedicação dos senhores hoje também vai se ligar ao Caminho do Brasil de daqui a 20 ou 30 anos. Comparado com 40 anos atrás, provavelmente o Caminho atual está mais evoluído. Creio que o número de pessoas que regressam ao Dendotyo também é maior. Isso se deve ao esforço de 20, de 40 anos atrás. Peço aos senhores que trilhem este Caminho esforçadamente, com todo o empenho. Creio que na ocasião do centenário do Dendotyo, o Caminho do Brasil será um Caminho da salvação mundial muito mais extraordinário.

Hoje gostaria de pensar juntamente com os senhores a respeito de uma coisa chamada espírito, sobre o espírito do Yoboku, do missionário. Mas antes, gostaria de falar um pouco sobre a situação atual do Japão. No Japão é dito que o século XXI será a era do espírito, será a época em que se deve cuidar do espírito. Interpretando o que está no verso dessas palavras, pode-se dizer que o número de pessoas que sofrem por problemas espirituais atualmente é muito grande. Devemos refletir a respeito do caminho trilhado pelos japoneses até aqui.

Nasci no ano de 1942. Quando chegar o dia 19 de outubro próximo, completarei 67 anos. Poderia festejar o meu aniversário aqui com os senhores, mas minha esposa e meus netos estão me esperando no Japão. Na época em que nasci, aquele pequeno país chamado Japão, havia declarado guerra a um gigante chamado Estados Unidos, que tinha como aliados a Inglaterra, a França, a China e outros países. Independente do motivo da guerra (eu detesto a guerra), o Japão foi derrotado. Além de ter sido derrotado, a vida no Japão tornou-se muito pobre. Os 20 ou 30 anos depois da derrota na guerra foram de muita pobreza no Japão e eu fui criado em meio a essa pobreza.

Na época do ensino médio, tive a oportunidade de morar durante um ano nos Estados Unidos. Fiquei hospedado na casa de uma família de classe média americana e freqüentei uma escola americana. Os Estados Unidos eram prósperos e havia fartura em tudo. Havia tudo o que não havia nas casas japonesas: máquinas de lavar, geladeiras, aspiradores de pó, máquinas lava-louças. Havia todos esses eletro-domésticos em todas as casas e, além disso, havia pelo menos dois veículos em cada família. Vivendo nesse ambiente americano, ficava pensando se algum dia poderíamos ter todas essas facilidades também no Japão.

Como o Japão era muito pobre, os japoneses trabalharam com toda a dedicação. Trabalharam tanto que foram até ridicularizados pelos americanos: “os japoneses só sabem trabalhar; são como abelhas operárias que não sabem o que é se divertir nessa vida”. Mesmo ridicularizados, trabalharam com todo afinco e graças a esse esforço, hoje o Japão se transformou num país transbordante de dinheiro e bens materiais. Apesar de todo o dinheiro e dos bens materiais, será que a felicidade foi alcançada? A resposta, infelizmente, é que a felicidade não foi alcançada. Apesar de toda a riqueza, como disse anteriormente, o número de pessoas com problemas espirituais aumentou muito. Fenômenos sociais inexistentes até então foram ocorrendo aqui e ali, sucessivamente. Não há tempo de falar detalhadamente sobre esses fenômenos, mas por exemplo, o número de suicídios entre os japoneses passa de 30 mil por ano. Nos últimos dez anos, o número de pessoas que comentem suicídio ultrapassa 30 mil por ano. É um número muito grande! Por que as pessoas cometem suicídio? Como devemos interpretar esses fatos? O que significa a felicidade? Somos forçados a pensar sobre a felicidade do ser humano.

O problema está no espírito. Se não houver a satisfação espiritual, a satisfação mental, o ser humano não se sente feliz. Essa é a resposta a que podemos chegar vendo o aspecto atual do Japão. Por isso é que se diz que o século XXI é uma época em que devemos cuidar do espírito, que é a era do espírito.

Em 2005, tivemos nas redondezas de Nagoya, a Exposição Internacional de Aichi. Havia muitas atrações nessa exposição. Por exemplo, havia exposto um mamute que foi escavado das geleiras da Sibéria. Ou o veículo de motor linear, que será o futuro dos veículos sobre trilhos. Esse veículo de motor linear foi construído e colocado experimentalmente em funcionamento nessa exposição. Ela foi chamada também de exposição ecológica. Foram sugeridas diversas soluções pensando na preservação do meio-ambiente daqui para frente. Algo que me impressionou na exposição e que me fez pensar foram os robôs. Havia diversos robôs sendo expostos e em funcionamento. Os robôs recebiam os visitantes, cumprimentavam e apresentavam as atrações. Havia robôs de vigilância, robôs de enfermagem, robôs de investigação, robôs de proteção, diversos tipos de robô. No espaço Toyota, havia um show de robôs interagindo com seres humanos. Fazer um robô andar sobre duas pernas é algo que exige muita tecnologia e isso foi tornado realidade nessa exposição. Ainda por cima, o robô segurava e soprava um trompete. Achei até que o robô apenas fazia de conta que estava soprando e o som era algo gravado, mas não foi assim. O robô estava soprando o trompete e tocando música de verdade. Pudemos verificar a que ponto a tecnologia dos robôs evoluiu. Havia também um show combinado entre o robô e o homem, no qual o apresentador era o robô. O robô chegou a dizer: “o ser humano, esforçando-se, pode fazer coisas incríveis, não?”

Existem robôs bastante semelhantes ao ser humano. São os andróides. Com a tecnologia atual, podemos logo identificar que é um robô, mas à medida que a tecnologia for avançando, no futuro teremos robôs exatamente iguais ao ser humano. A forma de falar, os movimentos já foram bastante aperfeiçoados desde a Expo Aichi. Chegaremos ao estranho ponto de nos perguntar onde está a diferença entre os robôs e os seres humanos.

Os seres humanos também estão se aproximando dos robôs. Não sei se isso acontece no Brasil, mas tive a seguinte experiência no Japão. Como era o aniversário de meu neto, fui a uma lanchonete famosa e queria comprar hambúrgueres para todos os meus netos e as pessoas que estavam na minha casa. Entrei e pedi: “20 hambúrgueres e 10 porções de batatas fritas, por favor”. A atendente confirma o pedido: “São 20 hambúrgueres e 10 porções de batatas fritas, certo? É para viagem ou para comer aqui?” É estranho, não? Entrei sozinho na lanchonete e pedi 20 hambúrgueres. Por mais guloso que eu seja, não conseguiria comer 20 hambúrgueres sozinho. Por que a atendente me pergunta se vou comer aqui? É porque está no manual de procedimentos da lanchonete. Está instruído que os atendentes devem fazer essa pergunta. Não é exatamente como um robô, que fala exatamente conforme o manual, sem pensar na situação da outra parte? Se as pessoas não pensarem por si e agirem exatamente como está no manual, elas estarão se transformando em robôs.

A diferença entre o robô e o ser humano está em possuir ou não o espírito. O que significa possuir espírito? Para nós, que seguimos esta religião, o ensinamento de Oyassama, este é o ponto mais importante. Possuir espírito, falando de forma extrema, significa poder derramar lágrimas, significa poder expressar sua alegria em risos de felicidade. Mais ainda, significa tomar o sofrimento e a preocupação alheia como algo próprio e derramar lágrimas por essa pessoa, significa tomar a alegria alheia como a sua própria alegria e compartilhar esse sentimento com essa pessoa. Nós, sozinho, temos uma força limitada. Mesmo ouvindo sobre a infelicidade do próximo, não conseguimos fazer muita coisa. Nessas horas, será que conseguimos orar seriamente por essa pessoa? Penso que o espírito capaz de orar é a evidência maior da existência do espírito.

Deus-Parens, através de Oyassama, ensinou-nos: “Bem, falando de ser humano, o corpo é coisa emprestada por Deus ou tomada emprestada dele. Somente o espírito é teu bem.” No momento da criação dos seres humanos, Deus-Parens nos concedeu a liberdade do uso espiritual. Este é o ponto mais importante. O que é o ser humano? É um ser dotado da liberdade do uso espiritual.

Recentemente, no jornal Tenri Jihô, foi publicado sobre o Encontro Inter-Religioso de Oração pela Paz Mundial, ocorrido na Cracóvia, Polônia. Foi um encontro promovido pela Comunidade do Santo Egídio da religião católica. Foi a 23ª vez que foi realizada, e todos os anos, a Tenrikyo é representada pelo Centro de Missionamento da Europa localizado em Paris. Neste 23º encontro, representantes da igreja católica vieram a Jiba especialmente para convidar o Shimbashira. Eu já havia participado no ano passado mas este ano, por conta a presença do Shimbashira, pude participar novamente. Além da oração, tivemos também um debate em que cada religião citava o seu pensamento em relação a diversos temas. O tema atribuído a mim era sobre “ciência e religião”. É um tema bastante difícil. Os outros participantes do debate eram todos cientistas. Como não sou cientista, ficava pensando o que deveria falar. Ouvindo a explanação das outras pessoas, pude ter a convicção de que a explanação que eu havia preparado era algo único que poderia ser entendido por todos. O que era diferente, o que era único nessa explanação? Para os europeus, para os católicos, a religião é a Bíblia sagrada. O que está escrito na Bíblia é a verdade. Existe a figura de que a ciência desafia as verdades escritas na Bíblia. A ciência desafia a Bíblia. Por isso, existe a preocupação se as duas coisas podem co-existir, ou se a ciência irá asfixiar a religião, ou se a religião vai frear o progresso da ciência. No entanto, neste Caminho, tudo é providência de Deus. Por isso, o que enfatizei nessa oportunidade foi sobre a evolução espiritual. À medida que vamos evoluindo espiritualmente, à medida que vamos nos aproximando da intenção de Deus, a inteligência e o conhecimento, que são a base da ciência, vão se desenvolvendo, fazendo com que a ciência seja aplicada em prol vida plena de alegria. A evolução espiritual é o ponto enfatizado pela Tenrikyo e é um tema importante para nós.

O espírito é algo que vai mudando. Para qual direção o espírito deve ir mudando? Deve ir se elevando no sentido de aproximar-se da intenção de Deus. Pensando dessa forma, o espírito humano, que é algo que vai mudando, tem momentos em que avança para frente, mas, ao contrário, tem momentos em que retrocede também. Dia a dia, o importante é caminhar em direção à intenção de Deus. Por isso, neste nosso Caminho, mais do que o resultado, o processo é que é importante. O importante é seguir caminhando. Não se pode dizer: “vim caminhando até aqui e este é o meu ponto final”. Isso não existe. Deve-se seguir caminhando e nessa caminhada, haverá momentos em que vamos conseguir sentir intimamente a presença de Deus, mas haverá momentos em que poderemos não acreditar na existência dele. Isso ocorre porque temos o espírito humano. Nessas oportunidades, receberemos os nós de Deus-Parens de modo que possamos voltar a trilhar o Caminho correto. Tendo essas coisas em mente, devemos pensar onde colocar o nosso foco, qual a disposição espiritual que devemos ter na caminhada como Yobokus. Em outras palavras, o que devemos verificar para saber se estamos sendo salvos ou não?

Vou falar sobre as pessoas que não estão sendo salvas. São pessoas que não conseguem pensar em outra coisa senão em si mesmos. Por mais dinheiro que tenham, por melhor que seja a sua posição social, por mais que sejam agraciados com bens materiais, as pessoas que estão envoltas apenas em si mesmas, que não conseguem pensar nos outros, são pessoas que não estão sendo salvas. Ao contrário, mesmo doentes, mesmo sem dinheiro, mesmo ridicularizados pela sociedade, se forem pessoas que pensam nos outros, que desejam a salvação dos outros, estas são pessoas que estão sendo salvas. Isso porque elas estão mais próximas do pensamento de Deus. As pessoas que pensam apenas em si estão mais distantes do pensamento de Deus e por isso, não estão sendo salvas.

Mais uma coisa. Os seres humanos pensam na sua felicidade pessoal, pensam na felicidade de seus filhos e de sua família, pensam na felicidade de seus amigos e de seu país. Isso tem como ponto central a sua felicidade momentânea. Normalmente se pensa na felicidade de seus filhos, ou no máximo de seus netos. Não é comum pensar muito além disso. O que Deus nos ensina é para pensarmos em todas as gerações futuras. Ensina que é por pensarmos apenas em uma geração é que não compreendemos nada. Se pensarmos em todas as gerações futuras, que repetiremos retornamentos e renascimentos, que perduraremos para sempre tomando repetidamente um novo corpo emprestado de Deus, dessa forma teremos um novo ponto de vista.

Nesses últimos meses, somente daqueles que tenho conhecimento, houve o retornamento de três ou quatro pessoas que, se permanecessem vivas, poderiam ainda servir excelentemente ao Caminho. Cheguei a pensar se Deus não havia cometido algum engano. Se essas pessoas continuassem vivas, poderiam ainda ser muito úteis a ele. Por que as levou? Creio que às vezes, a serviço da igreja ou fazendo a salvação, os senhores chegam a pensar isso também. O Rev. Jiro Morishita, condutor de uma igreja na Califórnia, Estados Unidos, é uma dessas pessoas que retornaram há pouco tempo, antes mesmo dos 50 anos de idade. Creio que muitos membros da Associação dos Moços do Brasil o conhecem. Era um líder dos jovens americanos. Se acharem que o retornamento dessa pessoa é algo natural, penso que o Caminho nos Estados Unidos se atrasará em dez ou 20 anos. Por que Deus teve que levar uma pessoa assim? Dá vontade de fazer uma reclamação a Deus. O que pensar nessas horas? Por pensar em apenas uma geração é que não se compreende nada. A vida de um ser humano está registrada como dados no computador de Deus. Não só a vida atual, mas a vida anterior e todas as vidas passadas. Todos os tipos de dados estão ali registrados no computador de Deus e pode ser que o tempo de vida dessa pessoa já esteja definido com base nesses dados. Isso só Deus é que sabe. Apesar de não saber direito, creio que o tempo de vida de um ser humano deve estar definido de alguma forma. Por isso, quando uma pessoa retorna, o que mais importa é o quanto o pensamento dessa pessoa foi assimilado e está sendo colocado em prática pelos familiares e pelos companheiros da igreja. Temos a vida-modelo de Oyassama. Quando Oyassama ocultou seu corpo, as pessoas pensaram: “se Oyassama permanecesse viva fisicamente pelo menos por mais 20 anos, ensinando-nos diversas coisas e guiando-nos, este Caminho com certeza poderia se expandir muito mais rapidamente”. No entanto, a realidade é que depois que Oyassama se ocultou fisicamente, os mestres que assimilaram a intenção de Oyassama dedicaram-se com afinco na prática dos seus ensinamentos. Por isso, depois do ocultamento físico de Oyassama, o ensinamento deste Caminho se expandiu rapidamente a todo o Japão. Não só ao Japão, mas a vários países do mundo e também ao Brasil, graças ao dedicado esforço das pessoas que assimilaram a intenção de Oyassama.

Falamos frequentemente neste Caminho em evolução espiritual. Qual o instrumento de medida dessa evolução espiritual, como podemos medir a evolução espiritual? Havia um mestre chamado Miyotsugu Tooi, que nasceu em 1900 e retornou em 1998. Teve uma vida bastante longa. Numa palestra que este mestre proferiu depois dos 90 anos de idade, ele perguntou: “Os senhores estão felizes por crer nesta fé? Crendo nesta fé, a alegria dos senhores tem aumentado?” Será que os senhores aqui podem responder: “Sim, minha alegria tem aumentado.” Se puderem responder dessa forma, muito bem. Mas haverá aqueles que responderão: “Se me perguntar assim, pensando bem, há dez anos estava muito mais animado, mas agora...” “Na época em que me iniciei no Caminho estava muito alegre, mas parece que com o passar do tempo, essa alegria foi se enfraquecendo. Hoje, vivo fisicamente na igreja, mas estou cheio de espírito de insatisfação.” Será que não há ninguém que pensa assim? Felizmente, aqui parece que não. Fico mais aliviado. Se o espírito de insatisfação tem aumentado, qual o motivo? Existem muitas pessoas que nasceram e cresceram na igreja, que estão desde pequenos neste Caminho, mas que estão apenas de corpo na igreja, cheios de insatisfação no espírito. Por que isso ocorre? Porque sabe sobre os ensinamentos de Oyassama apenas como conhecimento, não os colocando em prática. Sem perceber, acaba se tornando apenas um comentarista da fé dos outros. Passa a comentar: “Aquela pessoa parece esforçada nesta fé, mas não se sabe o que se passa em seu espírito...” “Falta espírito de satisfação sincera àquela pessoa...” “Aquela pessoa vem para o Hinokishin, mas lhe falta ânimo no espírito...” Torna-se um comentarista que só vê o defeito dos outros, sem perceber a própria falta de virtude. Se o espírito de alegria aumentasse com isso, poderia seguir assim, mas não aumenta. Para aumentar o espírito de alegria, devemos praticar o ensinamento dia a dia, com firmeza. Por isso, para saber se a sua fé, o seu espírito está avançando rumo à evolução espiritual, devemos verificar se o espírito de alegria tem aumentado dentro de si.

Mais um ponto importante: para que estão nesta fé? Estou nesta fé porque desejo ser salvo. Isso é natural. Quando ficamos doentes, pedimos a salvação a Deus e somos salvos. Depois, nos esquecemos dele. Novamente ficamos doentes, novamente pedimos a salvação e novamente somos salvos. Repetindo esses fatos, não chegaremos a lugar nenhum. Chamamos isso de fé pela graça. A questão é se o seu espírito está mudando ou não. O que acontecerá se o espírito mudar? Quando Deus se revelou pela primeira vez a este mundo, ele disse: “Revelei-me neste mundo para salvar toda a humanidade”. Por isso, temos que ter a consciência de que existimos para salvar a humanidade. Para que existem as igrejas? Para que existe o Dendotyo? Para que se desenvolvem as atividades da Associação Infanto-Juvenil ou da Associação dos Moços? Tudo é para a salvação da humanidade. Devemos ter a convicção de que tudo o que se relaciona a este Caminho, aos ensinamentos de Oyassama, se liga à salvação da humanidade. Se não tivermos essa meta, o aspecto da fé vai se desviando.

Os quatro pontos que mencionei há pouco:

· Estamos avançando para frente?

· As metas e objetivos estão firmemente determinados? Estão claros?

· Não estamos demasiadamente aprisionados em nossa situação atual?

· O medidor da fé é a alegria no espírito.

É importante trilhar o Caminho desta fé sempre tendo em mente estes quatro pontos.

O Brasil foi definido como sede das Olimpíadas de 2016, vencendo a concorrência com Tóquio, Madri e Chicago. As Olimpíadas serão realizadas pela primeira vez na América do Sul. Dois anos antes, em 2014, ocorrerá a Copa do Mundo de futebol também no Brasil. Com certeza, o Brasil se tornará um país bastante vigoroso daqui para frente. Creio que haverá fartura de bens materiais também e com isso, o espírito poderá ser deixado de lado. O importante é que os senhores, do Caminho aqui do Brasil, recuperem o espírito dessas pessoas. Teremos a comemoração dos 60 anos do Dendotyo e mais adiante, os 130 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. Utilizando este Encontro de Incentivo de hoje como um trampolim, gostaria que se construíssem um Caminho ainda mais animado no Brasil. Gostaria de solicitar também que os senhores aqui do Brasil, sem cerimônia, liderassem o Caminho de todo o mundo, inclusive do Japão. Assim encerro minha palestra. Muito obrigado!